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domingo, 13 de fevereiro de 2022

Esse cu não tem dona!


 



Mais um caso difícil para o juiz. Depois da repercussão do “Pênis de duas cabeças”, aparecem duas irmãs siamesas que compartilhavam o mesmo corpo e o mesmo namorado. Com vinte e cinco anos, já estavam acostumadas à vida, afinal, era a única forma de viver que conheciam.

Há quase um ano com Josiel, Larissa queria sexo anal, e ele estava animado com a ideia. Mas Letícia se recusava. Por algum motivo, Letícia só sentia dor enquanto Larissa sentia o prazer. Difícil para a medicina explicar esse fenômeno. Aos dezesseis, quando começaram a ativar sua vida sexual, tentaram com os ficantes da época. Sim, elas tinham dois ficantes. Eram duas, afinal. Numa tentativa de agrado mútuo, quiseram experimentar dar o cu, mas Letícia não gostou. Tentaram com os dois meninos, mas nenhum agradava a menina da direita. Criou-se, ali, mais que uma experiência, mas um trauma.

Em miúdos trocados, resolveram que não iam mais namorar mais de um. Afinal, era apenas um buceta para dar conta. Depois de vários relacionamentos frustrados, afinal a maioria dos homens e mulheres com quem se relacionavam estavam mais em busca de realização de fetiches ao invés de um compromisso sério, conheceram Josiel num aplicativo de relacionamentos. Para evitar a fetichização do corpo delas, resolveram colocar apenas fotos de rosto. Quando Joesiel descobriu, depois de algumas muitas semanas de conversa, já estava apaixonado pelas duas, não tinha como voltar atrás. A idealização que tinha do objeto do seu amor era maior que qualquer corpo, superior a qualquer sobra ou falta de algo.

As duas amavam Josiel e Josiel as amava como uma só. Não tinha tabus entre eles além do sexo anal proibido por Letícia. Não adiantaram as promessas, os argumentos de tentativas. Nada fazia com que Letícia liberasse o ânus compartilhado para penetração. Josiel, é claro, queria... e muito deste querer era fomentado por Larissa, doida para ser comida por trás novamente, agora, pelo cara que ela gosta. Estava cheia de expectativas.

– Juiz, o cu também é meu... eu tenho o direito de dar pro meu namorado se eu quiser, não? – perguntou afirmativamente a Letícia.

– Não, seu juiz. Ela não sente a dor que eu sinto. A gente já fez exame, mas nada explica. Ela não tem carinho pelo cu dela porque o cu dela é meu!

– Calma, Larissa! – pediu simiexaltada a irmã. – Esse cu não tem dona!

 

Rodrigo Slama 12/02/22

 *Imagem do Google

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