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Mostrando postagens com o rótulo Crônicas

Pavão artificial

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  Começou com um bóton. Assim, ficava menos ruim ter que andar com a coleira de identificação na empresa. O primeiro pin foi um prêmio aos membros do melhor time do semestre. Arrasaram nas vendas. O líder teve a ideia e a premiação estava lá no pescoço dos seus liderados. Depois, uma colega colocou um broche de sua banda favorita. Como assim, ela tem dois enfeites e eu só tenho um, pensava. Foi lá e comprou um mimo para si e seu crachá. Um meme, redondo com alfinete, sobre a sua profissão. Os colegas repararam, começou a receber elogios e empolgou-se.           Suas redes sociais, timidamente, começaram a ser preenchidas de fotos, vídeos curtos e, principalmente, bumerangues que mostravam seus bótons, agora, cinco. Quanto mais engajamento gerava, mais pins colocava. Quase diariamente, acrescentava algo no cordãozinho. Viciou-se, não se sabe se nas curtidas ou nos enfeites, e logo teve de enfrentar um problema: não havia mais espaço na ...

Exu do Pix

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  Tem um tempo já que minha namorada e eu estamos frequentando terreiros. Não importa se é Umbanda, Jurema, Candomblé... A gente vai pela comida. Ela que me convenceu. Eu mesma não acredito em muito coisa não, nem ela; típico de um casal de Taurina com Capricorniana. Mas temos amigos religiosos e gostamos das danças, das roupas... Sempre é divertido. Mas da última vez que a gente foi eu não gostei não. Primeiro que tinha que cumprimentar um bode na entrada. Eu nem sabia que se cumprimentava bode. A gente entrou, começou a gira. Uma entidade veio falar comigo. – Suncê nunca tinha vindo aqui no canzuá não, né, fia? – Não, aqui não – respondi. – Intonce minha fia vai lá e fala com o bode. Fui. Chegando lá, me mandaram cumprimentar o bode. Cumprimentei. Disseram que ele me cumprimentou de volta, mas como nem sabia que se cumprimentava bode... Depois daí tudo começou a ficar esquisito. Eram mais de cinquenta galinhas ali sendo mortas, o lugar cheio de sangue, as crianças vendo...

É preciso um estrangeiro para desneymarizar a Seleção

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  Um deus para Enzos e para o Intagram da CazéTV, Neymar tem chorado em campo e, mais uma vez, fica de fora da convocação de Ancelotti em jogo contra o Chile, já já. Fazia tanto tempo que não trabalhava, que o corpo ainda está de férias. Tudo bem, o menino precisa se recuperar mesmo... foram anos de farras, polêmicas, sonegação de impostos... Mas já já ele estará em forma, dizem os médicos, os comentaristas e os fãs. Nem ele mesmo acredita nisso, nem sequer quer. Só olhar para o tempo que está de volta aos campos e de como não chega sequer perto do jogador que fui um dia. Segundo o treinador do debate com os 30 gordos, corpo é questão de escolha. Se Neymar quisesse, estaria em forma. Ah, mas a função dele na Seleção seria motivar a equipe, seria um líder, o mais experiente... Com mais amarelos do que gols, se for. A mesma lorota foi falada sobre Daniel Alves, o condenado por estupro em primeira instância, ex-presidiário absolvido por quatro juízes catalães. A Seleção não chegou n...

A Gripe e a Cândida

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Chego na sala VIP. Estão lá Marlon e Dimitri. Sigo em direção à cafeteira.  – Bom dia, bom dia! – eu disse. – Dimitri, gostei da camisa. – Obrigado, é bem nordestina! – e era. Certamente, iria para casa, ao contrário de mim, já fardado. – Comandante Felié, tô sentindo sua voz rouca. Te pegaram, né? – disse Marlon rindo seu riso peculiar. – Foi, acordei com a garganta incomodada. – Semana passada eu tava arrebentado, me pegaram, quase morri! – disse o comandante, multiartista, produtor de um jardim orgânico e assinante de cursos livres digitais. – Quem trabalha pessoas, como nós, pega uma gripe de vez em quando. É normal – falei partindo para o sofá. Minha garganta tá chata e eu não quero conversar com quem quer que seja. Vou ler as notícias, tomar meu café e seguir pro avião calado. Com o mínimo de interação possível.   – Cuidado com a Cândida! – diz Dimitri. Eu, supreendentemente surpreso, dada a qualidade dos assuntos que circulam no ambiente máximo de interação da companhia...

Demora do lixo, me dá um cigarro

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  Estou lá fora, na chuva e na esperança dela cagar logo pra subir. Um casal de vizinhos vai até a casa do lixo. A cadela se distrai e desarma a sentadinha do cocô. Eu deixei o lixo instantes antes. Eu fui até a porta do lixo e joguei o lixo na primeira lixeira destinada ao lixo não-reciclável. Eles tinham papelão. Mudaram-se recentemente? Penso nisso agora, apenas. Será que procuravam a tambor dos papéis? Aqui a gente separa, mas a casa do lixo é uma bagunça. É meio dedutivo a escolha por onde colocamos os recicláveis que separamos, mas lá... lá na hora é roleta! A lixeira do papel pode conter vidro. Pode ter vidro no chão. Pode ter lata no vidro. Por que demoram tanto neste lixo? Simpáticos, cumprimentaram ao passar. Boa noite, olá. E a cachorra se distraiu naquele momento e não cagou. E por que a demora? Eles querem conhecer a vizinhança pelo lixo como no texto do Veríssimo ou só estão procurando algo específico, algo que jogaram antes por engano? A cachorra não caga, eles não...

Entre o semáforo aberto

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    Há dias adio escrever sobre isso. Quanto tempo uma lamparina cheia de gordura saturada demora para apagar? Apaga? O fato é que nunca acreditei na escrita como terapia ou autoajuda, ou de autoajuda. Mas por que não seria? Por textos atravessados, um eu literário, ou personagens, usamos linguagem, bem ou mal, bela ou imbecil, e todo texto de ficção ou não forma nossos divertidamente, inclusive, filme e título maravilhosos. A demora em começar um novo parágrafo é metáfora da procrastinação companheira. Seja para cuidar melhor da minha filha, para cuidar mais de mim, para não fazer os projetos esquecidos, quase mortos que teriam alguma chance se vissem a luz que não passa pelo tampo da gaveta... Mas vamos lá. Vou começar pela morte, pela tragédia, por como eu queria não ter empatia e, assim, ser mais leve. Não me lembro de ter perdido um aluno ou ex-aluno. Esta é a vantagem de ser professor de gente jovem... A gente vê as transformações nos seus estilos, vê sua rebeldia ...

Pipoca de graça, sinapses invadidas

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  Semana bosta. Preguiça, ansiedade. Gente fazendo merda. Livros não caem do céu, que burrice! Mas é isso. É sábado e tem peça legal e de graça na Rampa. Tem que chegar cedo para pegar lugar e aproveitar a pipoca de gratuita. – Eles fazem peça de graça e dão pipoca por que são bons, pai?   – Não. É para ter desconto no imposto. – Mas isso é ruim? – Não, todo mundo ganha. A gente, o artista e a empresa que se promove. – Ah – disse em tom de “entendi” e encerrou o assunto. Se ela entendeu, quem, diabos, sabe? Às vezes, é mais esperto se fazer de doido para não endoidecer de verdade. Preciso anotar isso. – Quer pipoca? – Sim. E fomos para a fila. Três filas. Três grandes filas. Pipoca de graça, tudo bem. No fim de uma delas, apenas, sacos cheios de pipoca nas mãos dos que esperavam. – Qual a diferença entre as filas? – Esta é paga, as outras duas são de graça. – Ah, Obrigado. – Hei, vamos para a fila da pipoca de graça!          ...

Amarga Odontíase

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    Infelizmente, terminou a pandemia. A gente já pode sair sem máscara. Ninguém usava mais máscara mesmo! Um bom bocado de vacina deu certo e logo a imunidade da população mundial chegou a padrões seguros. Enfim o normal voltava. O velho normal, com bar, escola, terreiro cheios. No Rio de Janeiro, as escolas de samba preparavam os carnavais, os maracatus ensaiavam em Pernambuco e o Amazonas prometia uma Festa de Boi como nunca se viu. Mas Josefa se lamentava. Ninguém entendia direito e muito poucos desconfiavam. Pra ela, infelizmente, a pandemia tinha terminado. Com quase sessenta anos e poucos pés de galinha, mais do que a sua melanina, a falta de sorriso contribuía para a economia de marcas de expressões no rosto. Desde a adolescência, se acostumou a pouco rir, a pouco chorar, a pouco manifestar qualquer sentimento. Na verdade, Maria Josefa tentava não alimentar nenhum sentimento... bom ou triste, alegre ou ruim, nada que sentia era manifesto... tudo guardado, embal...

Fake Plastic Dicks

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  Foi a pandemia. Nunca gostei muito de computador, celular pra mim era pro básico. Pornografia então, jamais. Mas foi a pandemia, eu juro! Eu tinha um namorado, ficamos sem nos ver por quatro meses. No início, ah, no início foi duro, mas me acostumei. Me acostumei comigo, me acostumei com o sexo virtual, meus dedos, meus brinquedos que chegaram atrasados do Mercado Livre. Aí todo mundo começou a relaxar. Estavam abrindo bares, estavam abrindo igrejas. Estavam, olha!... Estavam abrindo shoppings! Tu acha? Eu deveria encontrar o Maurício. Já eram cinco meses incompletos de isolamento. Eu nem sabia mais qual era o seu gosto. Nem meu gosto em sua barba, só meu gosto nos meus dedos. Aqui em casa era foda. Meus pais, mesmo liberais, viviam em casa. E ainda tinha Vó Petra, não, na boa, não rola. E eu sabia que queria soltar todos os gritos e gemidos sufocados pelo isolamento. Na casa dele era foda, ele morava com o pai, bicho alcóolatra, sabe, rolava não. Motel? Cê tá doido? ...

Pastor 05 – Cloroquina e Deus

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As igrejas abriram, mesmo com a pandemia. E o pastor não demorou para convocar os irmãos. Mandou avisar que seria expulso quem não fosse ao primeiro culto depois do decreto.   – Irmãos, graças a Deus, a governadora satanista derrubou o decreto que impedia a obra do senhor de continuar, amém? – Amém! – respondeu a igreja em couro. – Irmãos, podem retirar a máscara. Tenho aqui comigo um remédio abençoado para acabar com esse vírus chinês, amém? Todos os seis fiéis que ainda se protegiam retiraram a máscara, menos o irmão desconfiado. – Irmão, sempre você querendo questionar os mistérios de Deus. Venha aqui na frente, irmão. Venha aqui! – assim que o irmão chegou, o pastor colocou a mão em sua cabeça. – Me diga, abençoado, por que você ainda está com essa máscara? – Porque o vírus ainda está circulando, pastor. Acho melhor mantê-la. – Em o nome de Jesus, pode me entregar a máscara, amém. – Pastor, o senhor me perdoe, mas eu acho melhor ficar com ela. – Irmão, você ...

Gari

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Era gari. Quando entrou, não havia concurso. Agradeceu, passou a ter uma renda fixa, era funcionário público estatutário. Todo domingo, ia pra missa. Gostava de rezar. Carregava o terço de Fátima no pescoço. Não falava muito. Não pensava muito. Apenas trabalhava, recolhia lixo e rezava. Casou moço. Sua esposa não sabia ler e escrever. Era assim de pai e mãe. Ele sabia escrever e ler. Pouco, mas sabia. Durante o trabalho, não precisava disso. Precisava só usar luva, boné e as pernas. Trabalhava no caminhão. Andava pendurado por cinquenta metros e corria mais cinquenta a cada esquina. Era tanta sujeira que banho não bastava para tirar o óleo da sua pele. Ele e a mulher já estavam acostumados. Passaram anos. Ele se aposentou. Não aconteceu nada que mudasse sua vida. texto de 2015 imagem do Google

Conversas de chá

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Google imagens Não é que seja careta, mas não frequento muitos bares. Não enfrentaria uma espera mortal pelo transporte público caótico do meu bairro, nem pagaria caríssimo por um taxi. Não é nem medo da Lei seca, mas, de fato, de verdade, sem hipocrisia, eu, realmente, não acredito que é legal dirigir após beber. Nunca fiz isso, e não estou muito disposto a testar a minha perícia etílica. Enfim... esta história se passa num café. Na mesa ao lado, duas amigas conversam. Apesar de estarem numa das cafeterias mais legais, elas pediram chá e broas. Nem sei se chá combina com broas... só tomo chá como medicamento. Claro que, além de curiar o pedido, eu atentei os ouvidos para escutar um assunto que me interessa: religião. – Teresa, você não sabe o que aconteceu esse final de semana. Gabriel está impossível. – O que foi? – perguntou a amiga. – Eu disse a ele: – Vá dormir que amanhã a gente vai cedo à missa. E ele respondeu: – Mãe, eu tenho dúvidas se eu quero ser mesmo cat...

O cidadão de bem

– Essa cidade tá muito perigosa! – O país todo tá. Pega. – Mas tá foda, pô. Esses dias meu pai foi assaltado, levaram o carro dele. – Foi mesmo? Como ele tá? – Tá puto... não tinha seguro e encontraram o carro batido. Pega. – Peraí... Mas ele sofreu alguma violência física? – Não, pô... mas é foda. – É... – Se o cidadão de bem andasse armado... isso não acontecia. Pega. – Que conversa... Toma. – Se meu pai tivesse armado, não teriam roubado ele. – Como que foi o roubo? – Ele tava entrando no carro e renderam ele. – Por trás? – Foi, pô... foda. Oh, pegaí. – Mas se ele tivesse com arma na cintura do que iria adiantar? – Se o bandido soubesse que todo mundo podia tá armado não iria assaltar. Passa aí. – Ou então já ia chegar atirando. – Tu acha?... Toma. – Tô de boa. Claro! – Depois que inventaram esse negócio de Direitos Humanos só a gente que se ferra... bandido tá tudo solto. Apagou. – Toma o isqueiro. Né assim não! Direitos Humanos não defendem bandido não....

Um pênis de duas cabeças

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Google imagens - Toda noite eu acordo com sua mão no meu pênis. Aquilo já estava virando um pesadelo. Eu não aguentava mais ver o meu próprio corpo ser violado daquela maneira. Não queria ser tocado daquele jeito, não queria ser estimulado por ele, seu juiz... - Toda noite é a mesma agonia. Eu demoro a dormir... tento dormir depois dele, mas ele sempre dá um jeito de acordar e me masturbar enquanto eu durmo. Ele diz que o meu pênis é dele, que ele tinha direito sobre o meu corpo. Mas isso é um absurdo! Eu não aguento mais aquilo e, por isso, procurei a justiça... O outro ouvia tudo aquilo calado. - E parece que tudo piorou. Durante o banho, com a desculpa de limpar, ele aproveita e me toca daquele jeito imundo. Eu reclamo, ele para, mas volta. E ainda vê pornografia na minha frente... eu nunca gostei disso, seu juiz, mas ele sempre foi tarado! No julgamento, o juiz analisa o caso dos irmãos siameses que dividem o mesmo pênis. 

O rolezeiro

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Google imagens – Bora, cara! A gente vai se atrasar. – Calma. Tô terminando aqui. – Que merda, velho. Parece uma mulher se arrumando... puta-que-pariu! – Parceiro, eu tô terminando aqui. Na festa, todas mulheres olham pra ele. Estava de bermuda branca, camiseta de marca comprada no camelô do Alecrim, elásticos coloridos num aparelho que não precisava usar, óculos espelhados - apesar de ser noite - e um corte de cabelo bem peculiar. – Tá vendo, parceiro? Todas as mulheres estão me olhando... – Percebi. – Quer fazer uma aposta? – Que aposta? – Quem pegar mais mulher aqui na festa come o cu do outro? – Como é? Olha as ideias! – Bora? Sabe que vai perder, né? – É impossível você pegar mais mulher que eu aqui. – Então bora apostar o cus! – Tá apostado, então. Duas horas depois, a Festa dos anos 80’ terminou. O rolezeiro não pegou uma mulher sequer. O amigo, que não estava interessado em perder a aposta, mas, ao mesmo tempo, não tinha pretensões de ficar com mui...

Beatriz e Tiago

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Aos quatorze anos, ele não era um adolescente normal como todo adolescente deve ser. De manhã, ia para a escola. Não sentava nem na frente e nem no fundo, não ficava quieto, mas não era do grupo da conversa. À tarde, ele ia pro inglês e aprendia novamente o que via nos jogos. Além do inglês, fazia judô. Nunca passou da segunda faixa, mas não achava tão ruim usar o quimono. À noite, revezava seu tempo entre jogos on-line e o pornhub, mas estudava quando estava perto das provas, sobretudo para as provas de recuperação. Nunca namorou, mas era seu sonho. Todas as noites, antes de dormir, pensava na menina mais bonita da sala, que era disputada pelos caras mais populares das festas que ele ia e nas festas às quais ele não era convidado. Nos seus devaneios, eles eram um casal. Namoravam há tempos, comemoravam datas importantes, trocavam presentes... Na vida real, eles mal se falavam. Pertenciam a grupos tão distintos que não tinha nem como conversar. Beatriz era inteligente, li...

Rastro de feijão descomido

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Fazia três dias que eu não cagava. Eu nunca tinha ficado entupido antes. Na verdade, o meu problema sempre foi o contrário... eu, geralmente, cago demais. O problema é que minha mãe fez uma farofa muito boa no natal e sobrou quase tudo. Como adoro farofa e ninguém aguentava mais comer resto da ceia, me esbaldei naquele balde de farofa temperada. Comi tanto que a merda ficou presa no meu intestino e não saiu nem com reza braba. Meio envergonhado, pedi ajuda à minha mãe. Me deu laxante. Um quarto do recomendado. Pense num laxante porreta! Estava no curso. Tinha tomando o remédio na hora do almoço, antes de sair. Durante as primeiras aulas, não senti uma pontada sequer no bucho. Achei que não iria fazer efeito e teria de tomar de novo. No intervalo, aproveitei a caminhada até a cantina para peidar um pouco... já estava começando a me sentir aliviado, mas vontade de cagar que é bom nada. Bom... que eu cagaria só em casa, no conforto do meu sanitário. Fim da aula. Fui sem m...

Pastor 03

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– Pastor! – Você novamente, irmão? O que foi desta vez? – É que eu estive pesando... – É justamente este o seu problema, meu amado! Você pensa demais... deixa as postas de sua mente aberta para o inimigo lhe colocar dúvidas sobre a sua fé! Amém? – Amém. Mas, pastor, eu oro, faço jejum, contribuo com os dízimos e ofertas, compro todos os livros da igreja... invisto muito dinheiro na Obra do Senhor e não me sinto pleno! – Meu irmão, esta sua inquietude só quer dizer uma coisa! – O quê? – Você precisa participar mais da Obra do Senhor! Amém? – Amém. Mas como, pastor? – Você precisa, além de dinheiro, dar o seu tempo para Deus. Por exemplo, o seu dia tem vinte e quatro horas, certo? – Certo. – Você dá duas horas e quarenta minutos para Deus? – Não, pastor... certamente, não! – Então! Você precisar ser obreiro em nossa igreja! Tenho certeza que o seu coração se encherá de Jesus e você não pensará mais em nada que lhe tire o foco em Cristo. Amém? – Amém. ...

Meninas, mulheres

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A primeira vez, me senti suja. Ele levantou o meu vestido e tocou em mim. Resisti, ameacei gritar. Foi embora. Não sabia se agradecia a Deus pelo livramento ou o culpava por ter permitido aquilo. Chorei, tomei banho. Enquanto lavava os meus seios ainda muito pequenos que tinham despertado o desejo imundo dele, pensava se aquilo aconteceria de novo. Da segunda vez, ele veio preparado. Tapou minha boca antes que eu pudesse gritar chamando por alguém que estivesse distante. Tudo era longe. Com a mão livre, ele apertava forte os meus peitos, e enquanto eu sentia seu pau endurecer, ele me alisava entre as pernas. Me lambia o pescoço e cheirava a mão. Um barulho vindo de fora interrompeu sua festa. Eu pensava o que tinha feito contra Deus para que ele permitisse isso. Antes que eu pudesse pensar em contar para alguém, ele veio até meu quarto à noite. Me ameaçou. Mataria a minha mãe, o meu irmão e depois me mataria. Apertou meu pescoço até me sufocar para provar o quanto sua pala...

Pastor 02

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– Pastor. – Sim, meu filho. – Eu estou com um dúvida. – Novamente, irmão?! Vejo que o inimigo está implantando a inquietude no seu coração. Se o seu coração não tem Deus, o Diabo toma conta, Amém? – Amém. Pastor, é justamente sobre o coração que eu gostaria de falar. – Pode falar, irmão! Deus me deu o dom da palavra, encontrarei a palavra certa para lhe confortar, Além? – Amém. Pastor, é que eu estou com dúvidas sobre a minha orientação sexual. – Como assim, irmão? – Faz um tempo que eu tenho desejos por homens. Vivo trocando de namorada e não consigo gostar de nenhuma. – Isso é coisa do Satanás! Isso é coisa daquele que quer lhe arrastar da igreja para te jogar numa sauna cheia de veados. O Satanás quer que você gaste todo seu dinheiro com perfumes, roupas de marca... ele está implantando esses desejos no seu coração para você ter cada vez menos dinheiro para o dízimo, para as ofertas e para os propósitos. Deus não gosta de gays, Amém? – Amém. Mas, pastor,...