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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Pelas ruas que passo




Será que cada pessoa que vemos na rua pensa sobre nós o mesmo que pensamos sobre ela? Será que você pensa o mesmo que eu?
Sim, porque eu caminho na rua me perguntando se todos têm um sonho, se todos estão só de passagem. Aquela senhora que quase esbarrou em mim dentro do shopping estava mesmo apressada ou fez aquilo só pra me atormentar? Será que ela sabe quem eu sou, quem quero ser, o que escrevo, que eu escrevo? E ela? Será que ela também alimenta, mal alimentado, um blog não visitado por mais de três ou quatro pessoas como eu?
Eu ando pela pelas ruas, pelas calçadas quando elas existem, tentando entender a mim mesmo quem sabe observando como os outros agem, como os outros me veem. Talvez ninguém seja tão cruel e mesquinho quanto parece, talvez aquela menina que me olhou com cara de vômito não saiba que eu não queria nada com ela, mesmo que eu fosse solteiro, mesmo que ela fosse atraente.
E o senhor, possível ex-atleta ou dono de academia, será que sabe que eu só estava comendo aquele pacote de biscoito recheado barato porque tive que comer miojo antes de sair de casa porque esquecemos de comprar arroz? Talvez ele pense: – “olhe só, mais um gordo no mundo que não se cuida, que não tem amor à vida, que esporte é vida que não engorda, mas faz crescer!” Será que ele sabe que tenho que almoçar às dez da manhã pra não gastar com quentinha e que só torno a comer às onze e meia da noite pelo mesmo motivo, e por isso durma com a barriga cheia de carboidratos?
Não que a rua seja um lugar de pura hipocrisia, mas eu sei que não ando, eu passo. Passo, passo a passo, em passos lentos. Não tenho pressa, precisaria ter? Preciso acordar todos os dias às seis pra correr por uma hora, mesmo dormindo duas horas e meia depois do jantar? Se eu quisesse continuar a andar pelas ruas cheia de gente e vazia de pessoas talvez não teria que estudar tanto, que acordar mais cedo do que precisaria não pra correr, mas pra fortalecer, mesmo que não tenha visto resultados ainda, o pouco inglês que tenho?
O mundo é assim, as ruas são assim: todo mundo passando, indo e vindo, esbarrando nos outros, te olhando com olhar de nojo por você usar os cabelos e a barba grandes como o homem na foto sob o terço da camisa das pessoas.


4 comentários:

claudia slama disse...

Rodrigo
Adorei este poema,ainda não conhecia!!!
Realmente as coisas não são o que parece ser,as pessoas julgam as outras pela aparência.
Este poema é a tua cara!!
A história do miojo,o biscoito recheado rsrsrs.
Eu tenho muito orgulho de você!!!
VOCÊ É UM VENCEDOR!!!!
Parabéns pelo que você é.
E parabéns por tudo que ainda irá conquistar;pois tenho certeza de que irá conquistar muitas vitórias.
Você é um ser iluminado por
DEUS .
EU TE AMO
Beijos no seu coração
Claudia Slama

monamm disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
monamm disse...

Britojunizando geral. hahaha Na parte do "Será que ela sabe o que eu escrevo, que eu escrevo".
Li e imaginei mais: "Será que ela sabe o que eu escrevo, que eu escrevo, que eu escravo das palavras?"

Silvio disse...

Depois fala que não sabe ser intimista? é o que, então? Intimida?