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Mostrando postagens de junho, 2025

Demora do lixo, me dá um cigarro

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  Estou lá fora, na chuva e na esperança dela cagar logo pra subir. Um casal de vizinhos vai até a casa do lixo. A cadela se distrai e desarma a sentadinha do cocô. Eu deixei o lixo instantes antes. Eu fui até a porta do lixo e joguei o lixo na primeira lixeira destinada ao lixo não-reciclável. Eles tinham papelão. Mudaram-se recentemente? Penso nisso agora, apenas. Será que procuravam a tambor dos papéis? Aqui a gente separa, mas a casa do lixo é uma bagunça. É meio dedutivo a escolha por onde colocamos os recicláveis que separamos, mas lá... lá na hora é roleta! A lixeira do papel pode conter vidro. Pode ter vidro no chão. Pode ter lata no vidro. Por que demoram tanto neste lixo? Simpáticos, cumprimentaram ao passar. Boa noite, olá. E a cachorra se distraiu naquele momento e não cagou. E por que a demora? Eles querem conhecer a vizinhança pelo lixo como no texto do Veríssimo ou só estão procurando algo específico, algo que jogaram antes por engano? A cachorra não caga, eles não...

Entre o semáforo aberto

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    Há dias adio escrever sobre isso. Quanto tempo uma lamparina cheia de gordura saturada demora para apagar? Apaga? O fato é que nunca acreditei na escrita como terapia ou autoajuda, ou de autoajuda. Mas por que não seria? Por textos atravessados, um eu literário, ou personagens, usamos linguagem, bem ou mal, bela ou imbecil, e todo texto de ficção ou não forma nossos divertidamente, inclusive, filme e título maravilhosos. A demora em começar um novo parágrafo é metáfora da procrastinação companheira. Seja para cuidar melhor da minha filha, para cuidar mais de mim, para não fazer os projetos esquecidos, quase mortos que teriam alguma chance se vissem a luz que não passa pelo tampo da gaveta... Mas vamos lá. Vou começar pela morte, pela tragédia, por como eu queria não ter empatia e, assim, ser mais leve. Não me lembro de ter perdido um aluno ou ex-aluno. Esta é a vantagem de ser professor de gente jovem... A gente vê as transformações nos seus estilos, vê sua rebeldia ...

R'Orfanato

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  Os Poodles foram ignorados... depois os Golden, os gatos pelados. Calopsita já era, mas ainda tem quem goste. Já passaram o Kichute, os lenços de pescoço, o tomara que caia, Crocs... tudo passa. Ninguém come mais palha italiana, paleta mexicana, mas o Ninho com Nutella e o pistache resistem. – Isso são apenas negócios... somente produtos. – Até os cachorros? – Claro, todos os animais, videogames, raquetes de beach tennis! Tudo é só um jeito de ganhar dinheiro.    – Mas com os bebês é diferente, né, mãe? – Olha... sei que é difícil aceitar, mas não... Com os bebês não é diferente. Eles são produtos. – Como pode alguém achar que bebês são produtos? – Então... tudo começou com amor mesmo. As pessoas gostavam, queriam ter os bebês... Era um tempo de certo alívio. O país, mesmo imperfeito, saía de um tempo muito sombrio, um dos mais sombrios até aquele momento. Por isso, todo mundo tinha muito afeto represado, muito amor guardado. Lembra das aulas sobre pandemi...