Companheiro Ema e o Barba
Deu tudo certo, a festa foi linda e nenhum incidente que oferecesse algo além de mais vergonha aos famigerados e fundamentalistas lunáticos aconteceu. Dia 01 de janeiro de 2023. No relógio, já era dia 02, mas o dia só muda quando a gente dorme. E o Presidente – sim, sempre, ele, com P maiúsculo – não poderia dormir sem cumprir mais um ritual, improtocolado. – Olá, meu velho amigo. – Opa! Quanto tempo... Estava te esperando. – Eu sei, Companheiro Ema, mas o dia hoje foi corrido. Vim pra cá assim que deu, sabe? – Não tô falando de hoje, Barba. Você sabe o que eu e as outras Emas passamos? – Mas, companheiro. Não dependia de mim! – Tem menino novo aqui que acha que é mentira que aqui já teve morador legal. Eu conto as histórias e o pessoal nem lembra. Dos antigos, só fiquei eu. – Sinto muito. Eu fiquei sabendo. – Mas não veio aqui fazer uma visita. – Eu não podia. Eu também fiquei preso por conta de todo esse golpe contra o país. – Barba, a JurEma, minha esposa...