As férias de Cristo
Depois de muitos anos sem pisar na Terra, resolveu ir num lugar que não frequentava muito. Pegou a mochila, um mapa impresso e um casaco pesado. Queria ver as pinturas sobre ele de que tanto falavam. – Museu grande da porra! Maior que muita igreja por aí! – pensou boquiaberto o Senhor. Foi pegar um guia, tinha de um bocado de idioma, menos no seu. Quem liga para a língua de Jesus? ... Passou de sala em sala. Mirou. Achou estranho ser pintado como um homem bem branco, mesmo nascido no árido... Andava e revia o mesmo retrato de sua vida. Se via apenas como um signo, limitado. – Meu Senhor, chegou antes do previsto das férias? – Pois é, Biel. A galera lá é muito esquisita. Só tem pintura minha sendo morto. – Não é de se estranhar, Senhor Jesus! A Sua morte é simbólica para a Humanidade... marca seu tempo, sua moral... – Sim, mas SÓ me pintam morrendo... no máximo ressuscitando. Fiz tanta coisa, mas só querem mostrar meu sangue, meus olhos, minha coroa de ...