Entre loucos e cachorros: esperança
Era uma terra de loucos. Loucos de pedra, que atiravam na lei com granadas. Era uma terra de loucos. Ponto. E mais um ponto. – Mano, como eu tô ansioso pra domingo! – O que tem domingo, viado? – perguntou Miguel. – Eleição no Brasil. Segundo turno. – Eleição onde, cara? – No Brasil, pô. Lá na Terra! – Quem liga pra Terra atualmente? – Ué? Tem canto mais legal pra gente se preocupar? – A Terra é um absurdo, Yesalel. Há pelo menos mil anos ninguém daqui nem sabe notícias de lá. – Mas, Miguel, tá um pandemônio lá no Brasil, na Terra. – Diabo de pandemônio? Demônio já era. Nem ele mesmo quer saber dele. Já virou lenda demais. – Eu sei que o senhor e o resto do pessoal já saturou. Mas o universo anda perfeitamente calmo. A única emoção genuína vem da Terra. – Cara, a Terra já era há muito tempo! Nem sabia que ainda existia... A gente deixou pra traz faz uma era! Os caras lá escolheram um bandido, macho. Pai num quer mais saber de lá, não. Entre todos ...