– Pastor!
– Você novamente, irmão? O que foi desta vez?
– É que eu estive pesando...
– É justamente este o seu problema, meu amado! Você pensa demais...
deixa as postas de sua mente aberta para o inimigo lhe colocar dúvidas sobre a
sua fé! Amém?
– Amém. Mas, pastor, eu oro, faço jejum, contribuo com os dízimos e
ofertas, compro todos os livros da igreja... invisto muito dinheiro na Obra do
Senhor e não me sinto pleno!
– Meu irmão, esta sua inquietude só quer dizer uma coisa!
– O quê?
– Você precisa participar mais da Obra do Senhor! Amém?
– Amém. Mas como, pastor?
– Você precisa, além de dinheiro, dar o seu tempo para Deus. Por
exemplo, o seu dia tem vinte e quatro horas, certo?
– Certo.
– Você dá duas horas e quarenta minutos para Deus?
– Não, pastor... certamente, não!
– Então! Você precisar ser obreiro em nossa igreja! Tenho certeza que
o seu coração se encherá de Jesus e você não pensará mais em nada que lhe tire
o foco em Cristo. Amém?
– Amém.
– A partir de amanhã, você pode sair do seu trabalho e vir direto para
a igreja. Você vai começar pela provação da faxina. Amém?
– Amém...
– E todo final de semana você vai passar aqui!
– Mas e quando eu vou me divertir?
– Amado, você se divertirá aqui na igreja mesmo! O Senhor habitará o
seu coração e lhe dará a alegria de Davi.
***
Numa reunião com os obreiros...
– Olha aqui! Quero saber quem foi o safado que pegou a grana dos
dízimos e ofertas do culto de ontem à noite! Está faltando muita coisa! Quem
era o maldito responsável pelo apurado de ontem?
– Era eu, pastor! Eu dei parte do dinheiro para uma irmã que passava
necessidades... ela me disse que estava sem poder comprar alimentos...
– Maldito dos infernos! Como você, seu cretino, ousa tocar suas mãos
pecaminosas no meu dinheiro!
– Achei que o dinheiro fosse para obra de Deus!
– E é! E não tem nada que dar para as pessoas! Elas que têm que nos
pagar! Maldito seja você! Eu te amaldiçoo, ialamá
baloquenchë, jucunataque!