O cidadão de bem
– Essa cidade tá muito perigosa! – O país todo tá. Pega. – Mas tá foda, pô. Esses dias meu pai foi assaltado, levaram o carro dele. – Foi mesmo? Como ele tá? – Tá puto... não tinha seguro e encontraram o carro batido. Pega. – Peraí... Mas ele sofreu alguma violência física? – Não, pô... mas é foda. – É... – Se o cidadão de bem andasse armado... isso não acontecia. Pega. – Que conversa... Toma. – Se meu pai tivesse armado, não teriam roubado ele. – Como que foi o roubo? – Ele tava entrando no carro e renderam ele. – Por trás? – Foi, pô... foda. Oh, pegaí. – Mas se ele tivesse com arma na cintura do que iria adiantar? – Se o bandido soubesse que todo mundo podia tá armado não iria assaltar. Passa aí. – Ou então já ia chegar atirando. – Tu acha?... Toma. – Tô de boa. Claro! – Depois que inventaram esse negócio de Direitos Humanos só a gente que se ferra... bandido tá tudo solto. Apagou. – Toma o isqueiro. Né assim não! Direitos Humanos não defendem bandido não....