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sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O galinho que queria ser um cão

Dona Lúcia morava num sítio, no interior da Paraíba, mas teve que se mudar para um apartamento em João Pessoa, pois estava doente e precisava se tratar na capital, e, como vivia sozinha na pequena fazendinha, achou melhor fazer sua mudança de vez pra casa de seu filho.
Dona Lúcia criava muitos bichos. Tinha criação de porco, cabrito, galinha... E pelo apreço aos animais sentiu-se triste por ter vendê-los.
Para se lembrar dos tempos de fazenda, Dona Lúcia levou consigo um pintinho, ela pensou que um animal tão pequeno não iria causar incomodo. Na casa do filho já havia um casal de poodles, e quando o pinto cresceu e se tornou um belo galinho brincavam os três sem problema ou complicação.
Infelizmente Rodolfo, o cãozinho mancho, foi atropelado por um Fusca cor de abóbora desgovernado, que não viu o animalzinho matando-o de uma das formas mais sangrentas que um Fusca pode matar um poodle. A companheira do finado cãozinho, Maria Antônia, ficou muito triste, e estava já entrando num estágio avançado de depressão.
O majestoso frango, vendo e convivendo com aquilo tudo, começou a agir como um cachorro. Ele brincava com a bolinha de Rodolfo, se fingia de morto, dava a patinha, enfim... Tudo o que o animalzinho fazia em vida o galinho aprendeu rápido a fazer.
O novo comportamento do galinho, inicialmente, não foi saudável apenas para a cadela Maria, mas aquilo fez um bem à família inteira, já que era um jeito, muito bem humorado e inocente, de se lembrar com alegria de Rodolfo.
O coração canino de Maria Antônia foi conquistado por inteiro pelo galinho quando ele aprendeu a latir. Agora, passados seis meses da triste morte do ex-companheiro de Maria, o galinho se tornava o cão mais feliz do mundo, pois se unia em matrimônio com a cadela viúva.
Tirando o fato de não poderem ter filhotes, o casamento entre o galinho e a cadelinha foi, e ainda é, o casamento mais bem sucedido do reino animal. Eles convivem em harmonia, sem qualquer tipo de briga ou discussão. O único momento que Maria reclama é quando seu marido quer lhe beijar a barriga.

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